"A
saga da goiabeira serrana (Acca sellowiana)"
Mais informações, fique ligado no Blog!
Aproveitando
a “deixa” do Professor e Doutor Rubens Nodari, pesquisador e
melhorista da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, durante
a sua palestra no 1º Reunião Técnica Sobre Goiabeira Serrana,
realizada no dia 05/04, evento da EPAGRI São Joaquim - SC e
parceiros, continuamos a discutir sobre a saga da goiaba serrana
(Acca sellowiana),
também conhecida como feijoa ou goiabeira-serrana. Planta nativa da
região das Serras, Gaúcha e Catarinense, praticamente um patrimônio
frutífero, que merece nossa atenção, não só pelos compostos
bioativos de grande interesse farmacêutico, mas também pela
conservação do seu habitat natural: o Bioma Mata Atlântica.
Pertencente à família botânica das Myrtaceae (mirtáceas), parente
próxima das pitangueiras, jabuticabeiras, guaviroveiras, os seus
frutos, flores e folhas são usados pelos agricultores e indígenas a
longa data, seja para consumo in natura, quanto em chás para
gripe, constipação do intestino, geleias, saladas e sucos. Rica em
antioxidantes e Vitamina C, têm despertado grande interesse pelo seu
potencial de cura à indústria farmacêutica não só brasileira,
mas do Uruguai, Colômbia, EUA e Nova Zelândia, onde pesquisas vem
sendo realizadas, como avaliação dos compostos e melhoramento
genético da espécie, ainda considerada rústica.
Natural
de solos basálticos, com baixa fertilidade e ácidos (pH próximo a
4,5), necessita de maior investigação com relação ao seu cultivo
comercial, tanto quanto a fertilidade quanto ao manejo de pragas. A
UFSC juntamente com a Epagri São Joaquim,e ONG como o Centro
Ecológico, vem desenvolvendo já a 20 anos, ações que abrangem
este tema. Foi disso que tratou a 1ª Reunião Técnica Sobre
Goiabeira Serrana, contando com a presença de pesquisadores,
professores, alunos e agricultores. O primeiro país a comercializar
a fruta foi os EUA na década de 80, na Califórnia, numa área de
aproximadamente 1000 ha, hoje já reduzidas. No mercado atual, a
Colômbia lidera o ranking de comercialização e cultivo com mais de
600ha, seguida da Nova Zelândia com 500ha e Uruguai com 10ha. Na
Nova Zelândia e Colômbia aproximadamente 95 % das pessoas conhecem
esta espécia e já saborearam seus frutos e, aqui no Brasil a maior
parte da população desconhece esta espécie nativa.
A
dúvida é: Se a planta é nativa do Brasil, cadê o mercado
brasileiro neste ranking??? Pois é.... “santo de casa não faz
milagre”, já diziam as avós. Há muito interesse e grandes
oportunidades sendo desperdiçadas. Enquanto nos preocupamos com o
"grande mercado" de monoculturas, alguém está levando a
nossa flora negligenciada e desenvolvendo projetos novos distando do
Brasil.
Porém,
nem tudo está perdido! Temos como referência brasileira na
pesquisa; a mais de 20 anos, a UFSC, Epagri e outras
instituições, que trabalham com o
Melhoramento Genético Participativo da Goiabeira Serrana - Uma
parceria que dá frutos, onde em 2011 lançaram a cartilha com o
tema, tendo como principais parceiros agricultores de Santa Catarina
nos municípios de Lages, Urubici, São Joaquim e Rio Grande do Sul,
em Ipê, Antônio Prado e Monte Alegre dos Campos, considerados como
centros de diversidade genética da espécie. Na nova fase do projeto
serão envolvidos mais parceiros, como a UCS - Universidade de Caxias
do Sul, através do Núcleo
de Inovação e Desenvolvimento em Agricultura Sustentável de Caxias
do Sul com apoio de
alunos dos cursos de Biologia e Agronomia, sob coordenação da
Professora Doutora Valdirene Camatti Sartori.
Linda semana à todos!
Parceria que dá frutos - EPAGRI SC
Variedades da espécie apresentadas pela EPAGRI São Joaquim SC
Produtor caxiense Fabiam Daneluz e Professora Valdirene Sartori
em meio as variedades na Estação Experimental EPAGRI
Degustação de frutas
Manejo de mudas na UCS - Universidade de Caxias do Sul, pelos alunos de Biologia e Agronomia
Experimento em teste - UCS
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